Luiz Griz participa de entrevista para revista da Associação de Paget do Reino Unido

Endocrinologista brasileiro integrou atividades da entidade para o Dia Internacional da Conscientização de Paget

Em razão do 4º Dia Internacional da Conscientização de Paget, celebrado em 11 de janeiro, o endocrinologista Luiz Griz, membro da ABRASSO (Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo), participou das atividades da Paget’s Association, entidade do Reino Unido, representando a América Latina. Ele também foi um dos entrevistados para uma matéria especial da Paget’s News, revista trimestral da entidade, exclusiva para associados, comentando sobre a condição do mal no Brasil.

A Doença de Paget é uma desordem esquelética, caracterizada por uma remodelação óssea aumentada e desorganizada, afetando um local do esqueleto. O processo é iniciado por um aumento na reabsorção óssea, mediada pelos osteoclastos, com subsequente aumento da formação óssea pelos osteoblastos. O osso recém-formado é mais frágil, expandido e vascularizado, levando a uma maior susceptibilidade a fraturas e deformidades.

A maioria dos pacientes são assintomáticos. Quando presente, dor óssea e deformidades são mais frequentes. De acordo com Griz, a incidência de Paget no Brasil é baixa e está concentrada, principalmente, no Estado de Pernambuco, pela região ter sido, historicamente, colonizada por Europeus.

Dor e deformidade óssea

Confira trechos da entrevista do endocrinologista para a Paget’s News:

• “Sou endocrinologista em Recife, capital de Pernambuco, no Brasil. Envolvi-me com pessoas com a Doença de Paget em 1993, quando passei seis meses na Unidade de Metabolismo Óssea do City Hospital em Nottingham, Inglaterra. Lá, tive oportunidade de ver muitos pacientes com essa doença. Quando voltei para Recife, o doutor Francisco Bandeira e eu montamos a Unidade de Endocrinologia e Metabolismo Ósseo do Hospital ‘Agamenon Magalhães’, onde comecei a tratar meus primeiros pacientes com Doença de Paget”.

• “Na América do Sul, a incidência da Doença de Paget é baixa. No Brasil, a maioria dos casos relatados é de Recife. Ao contrário de outras cidades do país, Recife teve colonização mista de descendentes europeus, por cerca de quatro séculos, começando pelos portugueses, seguido pelos holandeses e judeus. Essa mistura de raças pode ter desempenhado um papel importante para a alta frequência da Doença de Paget por aqui”.

• “Mais de 90% dos nossos pacientes são descendentes de europeus. Apenas o Estado de Pernambuco relatou a prevalência da Doença de Paget no Brasil, que é em torno de 0,8% da população adulta. Também existem casos relatados em Santa Catarina, estado localizado no Sul do Brasil, mas não há prevalência”.

• “Quando publicamos um artigo sobre nossos pacientes com a doença, em 2010, a maioria apresentou sintomas, porém, atualmente, grande parte não se queixa e, daqueles que aparentam, dor óssea e deformidade são os mais comuns. Para o tratamento, o ácido zoledrônico é minha primeira escolha, e para aqueles que não querem ter uma infusão intravenosa, eu dou bisfosfonato oral”.

Paget’s Association

A Paget’s Association é uma instituição do Reino Unido com foco exclusivo na Doença Óssea de Paget. Também conhecida como NARPD (Nacional Association Relief of Paget’s Disease), a instituição foi fundada, em 1973, por Ann Stansfield. A entidade atua na conscientização sobre a doença, fornecendo informação e apoio de alta qualidade para pacientes, cuidadores e profissionais da saúde, além de financiar pesquisas.



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