IOF aponta que 50% de quem já teve uma fratura por osteoporose sofrerá outra

Afetando, principalmente, a Terceira Idade, estima-se que a osteoporose atinja uma a cada três mulheres, segundo a OMS

A osteoporose é uma doença silenciosa caracterizada pela diminuição de massa óssea e deterioração da arquitetura do tecido ósseo. Segundo a IOF (Internacional Osteoporosis Foundation), aproximadamente 50% das pessoas que sofreram uma fratura osteoporótica sofrerão outra. A pesquisa também mostra que o risco de novas fraturas aumenta, exponencialmente, a cada uma que ocorre. A maioria dos pacientes fraturados por fragilidade nunca descobrem o que causou a quebra do tecido ósseo, nem recebem tratamento adequado para prevenir a ocorrência de novas quebras.

O risco de uma fratura subsequente é elevado nos primeiros dois anos. Este “efeito cascata” significa, por exemplo, que as mulheres que sofreram uma fratura na coluna têm quatro vezes mais chances de ter outra no próximo ano, em comparação com aquelas que nunca tiveram uma quebra osteoporótica. Na mesma linha, pacientes com histórico de fratura vertebral têm risco 2,3 vezes maior de ter uma futura quebra de fêmur e um aumento de 1,4 vez maior no risco de fratura distal do antebraço (quebra do osso de nome rádio nas proximidades do punho).

As fraturas causadas por osteoporose estão associadas à incapacidade grave e à perda funcional e podem colocar a pessoa em risco de morte. Dados publicados pela revista científica Journal of Medical Economics, em 2019, mostram que a osteoporose custa R$ 1,2 bilhão por ano para a economia brasileira. Cerca de 61% deste valor, R$ 733,5 milhões, estão associados à perda de produtividade do paciente. A pesquisa aponta, ainda, que as despesas com hospitalização representam cerca de R$ 234 milhões, enquanto os custos cirúrgicos chegam aos R$ 162,6 milhões.

O estudo do Journal of Medical Economics chama-se “The burden of osteoporosis in four Latin American countries: Brazil, Mexico, Colombia, and Argentina”. A pesquisa considerou dados de epidemiologia, impacto econômico, diagnóstico, tratamento, gestão e políticas públicas nos quatro países acima listados.

A osteoporose não apresenta sintomas até que um osso venha a se quebrar. Há muitos tipos de cuidados que podem ser tomados. “A prática regular de exercícios é crucial para o fortalecimento de ossos e músculos. Ter uma dieta rica em nutrientes saudáveis, evitar hábitos nocivos para a saúde e conversar com seu médico sobre métodos preventivos são ações fundamentais para a boa saúde óssea”, salienta o reumatologista Felipe Grizzo, membro do Comitê de Densitometria da ABRASSO (Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo).

Prevenção primária

De acordo com a IOF, um terço das pessoas com mais de 65 anos cai a cada ano e o risco aumenta com a idade. As quedas podem afetar, seriamente, a independência do ser humano, resultando em incapacidade, mudanças no estilo de vida, redução da atividade e, como resultado, isolamento social e morte. Por isso, a prevenção é importante.

“Estudos já demonstraram que a estratégia de prevenção primária (evitar a primeira fratura), minimizando o risco de quedas através de mudanças de estilo de vida, por exemplo, com exercícios e intervenções de segurança doméstica, além de atentar para outras condições de saúde (alterações visuais, neurológicas, etc.), pode fazer uma diferença positiva na melhoria ou pelo menos na manutenção da saúde óssea”, afirma a reumatologista Elaine de Azevedo.

Prevenção secundária

Os FLS (Fracture Liasion Service, ou Serviço de Coordenação de Fraturas) são uma forma secundária efetiva de prevenir novas fraturas. “Qualquer busca por captar os pacientes que sofrem uma fratura por fragilidade óssea é efetiva em reduzir o risco de novas fraturas, consequentemente, aumentando a qualidade na assistência, reduzindo a morbimortalidade e os custos. A IOF, com o programa Capture the Fracture, fornece diretrizes e embasamento para que os FLS sejam instalados em qualquer lugar do mundo”, explica o ortopedista Luiz Fernando Tikle Vieira.

A ABRASSO fará uma live gratuita, com o título ‘’Prevenção primária e secundária de fraturas’’, no seu perfil do Instagram – @abrassonacional. O evento será realizado hoje (segunda-feira, 21/02), às 20 horas, e contará com os especialistas em metabolismo ósseo Felipe Grizzo, Elaine de Azevedo e Luiz Fernando Tikle Vieira, que é um dos mentores da IOF no Brasil.



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