Exame referência para o diagnóstico da osteoporose é oferecido de graça pelo SUS

Doença afeta cerca de 10 milhões de brasileiros, causando em torno de 200 mil mortes por ano resultantes de fraturas ósseas

Reconhecido pelos médicos especialistas em metabolismo ósseo como o “padrão ouro” para o diagnóstico da osteoporose, o exame de densitometria óssea (DXA) pode ser realizado gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde) em todo o Brasil. Segundo a IOF (Fundação Internacional de Osteoporose, em tradução livre), a doença óssea atinge cerca de 10 milhões de brasileiros, dos quais cerca de 15% podem apresentar fratura por mínimo trauma, especialmente coluna vertebral e fêmur, e causar em torno de 200 mil mortes por ano.

O SUS cobre o exame, também incluso na maioria dos planos de saúde, por meio da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Ele é semelhante a uma radiografia de tórax, porém, esta é feita com uma única emissão de raio-X, enquanto o DXA consiste em uma emissão dupla. “Não é necessário jejum para fazê-la, e a duração média gira em torno de três a cinco minutos. Em geral, é feito na coluna lombar e fêmur, mas o antebraço pode ser usado em situações especiais, como prótese bilateral de quadril e alterações estruturais da coluna. O corpo inteiro pode ser avaliado para as medidas de composição corporal, a fim de medir a quantidade de massa magra e gorda, explica o reumatologista Marcelo Pinheiro.

Geralmente indicado para homens e mulheres acima dos 50 anos de idade, a densitometria óssea serve, principalmente, para aqueles com fatores de risco para a osteoporose, tais como tabagismo e alcoolismo, casos de fraturas ósseas na família, carência de vitamina D, baixo ingestão de cálcio na dieta, falta de exercícios físicos regulares, menopausa antes dos 40 anos de idade, uso de corticosteroides (cortisona), entre outros.

“A densitometria permite uma avaliação da massa óssea, gorda e magra, por isso é considerada como ‘padrão ouro’ para avaliação de composição corporal, assim como diagnóstico da osteoporose, excesso de adiposidade (gordura) ou redução de massa magra/ muscular (sarcopenia), ressalta o endocrinologista Sergio Maeda, vice-presidente da ABRASSO (Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo).

Atualizações científicas

Buscando compilar as principais evidências científicas no que se refere à avaliação da composição corporal, a ABRASSO publicou o artigo “Posições Oficiais sobre as medidas de avaliação de composição corporal por DXA”. Os dados apresentados nesta pesquisa foram obtidos por um grupo com 30 pesquisadores e líderes de opinião da área, incluindo análise direta de mais de 250 manuscritos.

O artigo considerou aspectos como custo, duração, precisão e distribuição regional de gordura e massa magra do exame de densitometria óssea. “As contraindicações para o DXA incluem gravidez ou peso que excede a capacidade do equipamento. Indivíduos com incapacidade de permanecerem imóveis durante o processo também devem realizar outro método”, alerta a reumatologista Ana Clara Ribeiro.

Live sobre avaliação corporal

Para esclarecer dúvidas e conversar sobre as atualizações no consenso de avaliação de composição corporal, os reumatologistas Marcelo Pinheiro e Ana Clara Ribeiro, junto ao endocrinologista Sergio Maeda, farão uma live no perfil do Instagram da ABRASSO (@abrassonacional), na próxima quarta-feira (22/06), às 20 horas.

Ana Clara Ribeiro é membro do Departamento de Jovens Pesquisadores da ABRASSO. Formada pela Unicamp, possui residência em Clínica Médica e Reumatologia pelo Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo. Atualmente, é mestranda em Osteoporose na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Sergio Maeda é mestre e doutor em Medicina (Endocrinologia Clínica) pela Unifesp. Atualmente, é médico assistente da mesma instituição e vice-presidente da ABRASSO. Marcelo Pinheiro é assistente-doutor da disciplina de Reumatologia da Unifesp/EPM, além de coordenador dos ambulatórios de Osteoporose e Espondiloartrites da Sociedade Brasileira de Reumatologia desde 2017.



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