Doença de Paget é tema de live no Instagram da ABRASSO


Os endocrinologistas Leonardo Bandeira e Luiz Griz, debatem sobre o assunto nesta quarta-feira (27/10), às 20 horas

Hoje (quarta-feira, 27/10), às 20 horas, os endocrinologistas Leonardo Bandeira e Luiz Griz farão uma live no Instagram da ABRASSO (@abrassonacional) com o tema “Doença de Paget”. Serão discutidos causas, sintomas, diagnóstico, tratamentos e outros tópicos. A transmissão faz parte da série de lives promovidas pela entidade. Uma vez por mês, médicos especialistas trazem temas do metabolismo ósseo para serem discutidos, ao vivo, na rede social.

Leonardo Bandeira é doutorando em Endocrinologia pelo Departamento de Osteometabolismo da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp). Foi também Postdoctoral Research Fellowship pelo Departamento de Doenças Osteometabólicas da Universidade de Columbia, em Nova York, nos Estados Unidos. Luiz Griz é doutor em Ciências pela Fundação Oswaldo Cruz e Fellow of the American College of Endocrinoly. Possui também Pós-Graduação em Metabolismo Ósseo pelo City Hospital, da Universidade de Nottingham, no Reino Unido.

Doença de Paget

Um estudo realizado, em 2020, em Recife (PE), pelo Ministério da Saúde, apontou que, a cada ano, 50 entre cada 1.000 pessoas pesquisadas desenvolviam a Doença de Paget. Também chamada de osteíte deformante, ela pode afetar um ou mais ossos do corpo humano ao mesmo tempo, causando deformação e arqueamento dos membros. Segundo o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Doença de Paget, o mal está presente em 0,68% dos adultos maiores de 45 anos.

Ainda de acordo com o documento, aprovado pela Secretaria de Atenção Especializada à Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do próprio ministério, a doença acomete homens e mulheres e sua incidência aumenta com a idade, dificilmente se manifestando antes dos 40 anos. A condição é mais comum nos países da Europa Ocidental, América do Norte, Austrália e Nova Zelândia, com taxas que variam de 0,7% a 4,6%.

As características epidemiológicas e apresentação clínica nos pacientes brasileiros parecem ser semelhantes àquelas descritas na literatura internacional. Em um corpo saudável, as células que degradam os ossos velhos e as que formam os novos trabalham em equilíbrio para manter a estrutura e a integridade óssea perfeitas. Em um paciente Paget, o processo de degradação e remodelação óssea ganha velocidade e perde equilíbrio, fazendo com que os nervos e vasos se comprimam e, inclusive, os ossos possam se fraturar.

Uma pesquisa de 2016, publicada pelo médico Rodrigo Brandão Neto no portal de artigos acadêmicos Medicinanet, mostra que a doença pode ser mais comum entre familiares. Em alguns países, ela afeta cerca de 5% das mulheres e 8% de homens aos 80 anos de vida. Brandão Neto é médico assistente de Emergências Clínicas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).

Segundo a SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), a Doença de Paget acomete, geralmente, pessoas com ascendentes holandeses, italianos, alemães ou ingleses. Podem ocorrer vários casos em uma mesma família, com diferentes níveis de gravidade. O distúrbio tende a ser hereditário.

Sintomas, diagnóstico e tratamento

Em geral, a doença não apresenta sintomas, porém, a compressão dos canais nervosos causa dor e um desconforto latejante, podendo piorar, principalmente, à noite. O aumento do crânio também é uma condição da doença. Perda de altura e postura curvada devem ser analisados com cuidado. Os ossos da pelve, da coxa (fêmur) e do crânio são os mais atingidos pela enfermidade.

Muitas vezes, a Doença de Paget é descoberta por acaso, quando o paciente realiza exames médicos por outras razões. Os métodos de diagnóstico mais usados são: Raio-X simples, exames de colesterol, triglicérides, glicose, entre outros e cintilografia óssea – uma pequena quantidade de material radioativo é injetada no paciente, permitindo melhor avaliação por Raio-X no corpo inteiro.

“Quanto ao tratamento, ele pode ser feito com ácido zoledrônico (bisfosfonato), usado para aliviar a dor e também para inibir o aparecimento das complicações a longo prazo, que podem ser fraturas ósseas ou até perda auditiva, devido à compressão dos nervos do crânio”, salienta Luiz Griz, professor de Endocrinologia da Universidade de Pernambuco e membro da ABRASSO (Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo).

Tanto para a melhora da saúde óssea em geral como para o tratamento da Doença de Paget, os médicos incentivam exercícios que utilizam peso apenas do próprio corpo, como a caminhada. Cálcio e vitamina D também são elementos essenciais para a saúde dos ossos. A última, obtida através da exposição ao sol, ajuda o corpo a absorver e levar o cálcio até os ossos (mineralização óssea).



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