Exame de densitometria óssea é referência para diagnóstico da osteoporose

Doença atinge cerca de 10 milhões de brasileiros todos os anos, contudo, apenas 20% sabem que a tem

O exame de densitometria óssea é fundamental para homens e mulheres que apresentam fatores de risco para o desenvolvimento da osteoporose. O método é considerado “padrão ouro” no rastreamento da doença. Considerada “silenciosa”, por não apresentar sintomas antes das fraturas ósseas, ela afeta cerca de 10 milhões de brasileiros todo ano, porém, somente 20% deste total estão cientes de sua condição preocupante.

Ele consiste em medir a quantidade de cálcio presente nos ossos do corpo-humano, a fim de identificar, previamente, as doenças que afetam o metabolismo ósseo, prevenindo fraturas. “É um processo rápido e indolor. As máquinas usam a tecnologia DXA para emitir um duplo Raio-x, que captura as imagens por diferentes ângulos, possibilitando uma visão clara da estrutura óssea”, ressalta o endocrinologista Sergio Maeda, presidente da ABRASSO (Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo).

Com duração de cerca de 15 minutos, outra diferença da densitometria é que a radiação emitida possui dosagem bem menor que a do raios-x convencionais. Com os resultados em mãos, os médicos conseguem medir a porcentagem de massas óssea, magra e gorda do paciente.

Diagnóstico da osteoporose

O exame de densitometria óssea é considerado o mais efetivo no diagnóstico da osteoporose, porém, há outros métodos que servem como uma boa base para o encaminhamento, como o Teste FRAX e o Teste de Calcâneo. No primeiro, os participantes respondem um questionário, residente em um software, com questões como peso, idade, uso de medicamentos, consumo de álcool, etc. O resultado é o cálculo da probabilidade de fratura nos próximos 10 anos.

Já o Teste de Calcâneo é feito por meio de um ultrassom, sem expor o paciente à radiação, com foco no maior osso do pé, o calcâneo, cuja extremidade posterior é popularmente chamada de calcanhar. Ao fim deste teste, a máquina emite um resultado, um indicador de risco de fratura.

“O paciente que apresentar, ao fim dos dois exames preventivos, maiores chances de fratura, deve procurar o exame de densitometria óssea. É importante ressaltar que quanto antes for diagnosticada, mais chances de o tratamento ser mais eficiente”, salienta o reumatologista Marcelo Pinheiro, vice-presidente da ABRASSO.

Curso de capacitação

A ABRASSO realiza, com frequência, capacitação para médicos interessados em qualificação referencial em osteometabolismo. No dia 19 de novembro, aconteceu o Curso Prático em Densitometria e-DXA, o último de 2022. Destinado a profissionais que buscam aperfeiçoar conceitos da densitometria, a atividade combinou aulas expositivas e demonstrações práticas constantemente vistas no cotidiano clínico.

As aulas ocorreram na sede da sociedade, na rua Itapeva, 518, nos Jardins, na capital paulista. “Este curso permite aos alunos conhecerem os softwares de DXA mais utilizados atualmente, além de manusearem ferramentas importantes na avaliação da massa óssea. Temos o objetivo de ensinar como aprimorar a análise das imagens densitométricas em cada um deles, com os bancos de dados que são referências”, explica a professora dra. Mirley do Prado.

Karina Kuraoka, aluna desta edição do curso, diz que parte da capacitação vem de desenvolver um olhar mais criterioso. “As aulas proporcionam uma qualidade técnica que nos permite análises mais reais da densidade óssea do paciente. Ter uma visão mais criteriosa sobre os exames é uma dificuldade na prática clínica”, ressalta. “A professora nos orientou de forma
individual e coletiva. A riqueza do curso consiste em sairmos diminuindo os erros na interpretação da densitometria. Inscrevi-me na atividade, principalmente, para fazer a prova do CBR (Colégio Brasileiro de Radiologia)”, explica o aluno Roberto de Castro Costa.

Doença no Brasil

A osteoporose é a doença óssea que mais acomete pessoas do mundo todo. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), uma em cada três mulheres terá uma fratura óssea após os 50 anos de idade. O úmero para homens é de um em cada cinco. O órgão aponta, ainda, que ocorrem cerca de nove milhões de fraturas globalmente por ano.

Dados publicados, em 2019, pela revista científica Journal of Medical Economics, mostram que a osteoporose custa R$ 1,2 bilhão por ano para a economia brasileira. Cerca de 61% deste valor, o que equivale a R$ 733,5 milhões, estão associados à perda de produtividade do paciente. A pesquisa indica, ainda, que as despesas com hospitalização representam R$ 234 milhões e os custos cirúrgicos, R$ 162,6 milhões.



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